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Votorantim,12/02/2025

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    Editorial: Dor, coragem e o clamor por justiça


    Editorial: Dor, coragem e o clamor por justiça


    A dor de Ronaldo Camargo, pai de Anderson, é o reflexo do desespero de uma família despedaçada e do grito silencioso de tantas outras que perderam seus entes queridos em episódios de violência policial. Anderson, um jovem vidraceiro de 28 anos, foi morto com ao menos sete tiros disparados por policial militar, em circunstâncias que ainda carecem de respostas claras e transparentes.

    No sábado (08), em um ato público, cidadãos demonstraram solidariedade e indignação diante de mais um caso que desafia os limites da ética e do profissionalismo das forças de segurança. Com faixas e palavras de ordem como “Justiça é coerência, não violência”, os manifestantes cobraram o fim dos excessos policiais e a garantia de que a verdade venha à tona.

    A Polícia Militar do Estado de São Paulo enfrenta críticas constantes por uma série de episódios trágicos que mancham sua imagem e solapam a confiança pública. Casos como o do motoboy jogado de uma ponte, o estudante de medicina morto na Vila Mariana, e a prisão de um cabo apontado como autor dos disparos que mataram Vinícius Gritzbach, delator do PCC, no Aeroporto de Guarulhos, revelam um padrão preocupante. Esses incidentes levantam questões urgentes sobre o preparo emocional, técnico e ético dos agentes que deveriam proteger a sociedade.

    No caso de Anderson, a versão oficial da PM aponta para uma tentativa de fuga e o suposto atropelamento de um policial. Contudo, testemunhas e familiares contestam essa narrativa, afirmando que o jovem foi alvo de um ato brutal e desproporcional. Sua esposa, que testemunhou parte da tragédia e hoje se recupera de cirurgias devido às fraturas que sofreu, reitera a inocência de Anderson.

    A manifestação de Ronaldo, marcada pela dor e pela coragem, reforça a necessidade de apuração rigorosa, imparcial e célere do caso. Ele não clama por vingança, mas por justiça, por respostas que esclareçam os motivos que levaram ao assassinato de seu filho e que responsabilizem os culpados.

    É inadmissível que vidas continuem sendo ceifadas por aqueles que juraram protegê-las. As autoridades devem agir para garantir que a verdade prevaleça e que os culpados enfrentem as consequências de seus atos. A confiança na Polícia Militar só será resgatada com mudanças profundas no treinamento, na supervisão e na responsabilização por abusos.

    O clamor de Ronaldo não pode ser ignorado. Sua dor é o eco de uma sociedade que exige justiça, transparência e o fim da violência policial. Que o caso de Anderson seja um marco, não de mais uma tragédia, mas de uma transformação que devolva à população a segurança e a dignidade que lhe foram tiradas.





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