Dia da Consciência Negra: Professora de Votorantim que dedicou mais 30 anos à alfabetização destaca que a educação é a arma mais poderosa para mudar o mundo
Professora Eliana Maria / Por Werinton Kermes
Já dizia Nelson Mandela: “A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo”. Quantas histórias emocionantes já ouvimos falar ou lemos sobre como o conhecimento e o ensino transformaram a vida de muitas pessoas. Mas para ter essa transformação, é necessário existir também um agente essencial para essa mudança: o professor.
Em Votorantim, destacamos, às vésperas do Dia da Consciência Negra, celebrado no dia 20 de novembro, a história incrível da professora Eliana Maria Silva Costa, de 76 anos de idade. Dos 48 anos vividos na cidade, pouco mais de 30 foram dedicados à alfabetização de milhares de crianças. Dona de um carisma inigualável e uma didática semelhante, Eliana também preparava as crianças, sobretudo as negras e mais vulneráveis, para o seu empoderamento, de autovalorização.
E às vésperas do Dia Consciência Negra, celebrado no próximo dia 20, ela destaca que essa data busca promover o orgulho e a dignidade de uma comunidade que contribuiu e ainda contribui ativamente para o desenvolvimento social, cultural e econômico da sociedade. “E a educação tem um papel fundamental nesse processo”, ressaltou.
E, quando se fala em educação, o que ela aplicou em sua casa levou para a sala de aula, tanto que seus filhos seguiram seus passos, ou melhor, seus ensinamentos, uma vez que dos seis filhos, quatro são professores e uma médica veterinária. “Minhas filhas gêmeas são professoras, outro filho é professor de matemática e outro, de filosofia. A caçula se formou em medicina veterinária. Tenho muito orgulho, pois sempre destaquei a eles, e aos meus alunos, que a educação transforma vidas”, disse.
Nascida na cidade de Conquista, na Bahia, Eliana conta que chegou a Votorantim há 48 anos. Antes disso, passou pelas cidades de Rio de Janeiro e Itapeva. “Deixei a Conquista com dois anos de idade. E foi em Itapeva que conheci meu marido e nos casamos e começamos a constituir nossa família. Meu pai era construtor. E, por coincidência, a escola onde me formei no ensino médio, na cidade de Itapeva, foi construída pelo meu pai. Ou seja, a escola a educação sempre esteve ligada a mim”, lembra.
Eliana conta que chegou em Votorantim há 48 anos, morando até hoje numa casa no bairro Rio Acima. Já como educadora procurou pela Diretoria de Ensino da cidade e começou a lecionar para crianças, na Escola Municipal de Ensino Fundamental Professor Abimael Carlos de Campos, onde atuou como diretora também. Além disso lecionou na Escola Estadual Professora Antonieta Ferrarese. Conta que se dedicava a alfabetizar crianças do ensino fundamental, sua paixão. “Me dedicava tanto que no meio do ano elas já sabiam ler e escrever. Isso me dá orgulho, conta lembrando das dificuldades que muitas vezes as barreiras que precisava romper por ser mulher e negra. “Mas nunca deixei isso me abater, muito pelo contrário, sempre encarei como um desafio e isso me fortaleceu cada vez mais. E é isso que sempre procurei passar para meus filhos e aos meus alunos, sobretudo os mais vulneráveis e negros, que não importa a cor da pele, religião, classe social. Somos todos iguais e temos que, acima de tudo, nos valorizarmos e buscarmos nossos direitos, e é essa a mensagem que quero deixar a todos”, finalizou.
Professora Eliana com os filhos Taís, Patrícia, Renata, Marcos Flávio, José Roberto e Antonio Paulo/ Divulgação
Professora Eliana juntamente com outros professores/ Divulgação
Eliana lecionou por 30 anos em Votorantim/ Divulgação
Professora Eliana alfabetizava alunos/ Divulgação
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