Comerciantes do Centro veem seus negócios enfraquecendo com a falta de vagas para estacionamento em Votorantim
Clientes também reclamam do fato
Fonte: Marcelo Andrade
Estabelecimento decidiu fechar as portas / Werinton Kermes
Vagas livres são raras no horário comercial / Luciana Lopez
Estabelecimento decidiu fechar as portas / Werinton Kermes A falta de vagas para estacionar na avenida 31 de Março e também nas ruas da região central de Votorantim tem sido motivo de intensas reclamações por parte de comerciantes, clientes e até mesmo motoristas que precisam resolver questões mais rápidas. O problema está afetando diretamente o faturamento de estabelecimentos comerciais e não é difícil encontrar empresários que estão fechando seus estabelecimentos por conta disso, além da falta de segurança, segundo relatos. Até mesmo estacionamentos particulares são raros de se encontrar nessa região, o que agrava ainda mais a situação. Problemática que deverá estar na mesa do(a) próximo(a) prefeito(a) para discussão e, sobretudo, resolução.
As vagas, que já eram raras de se encontrar, ficaram mais disputadas a partir de julho de 2022, quando a Prefeitura suspendeu a cobrança da Zona Azul, por inúmeros problemas. Apesar das sinalizações de solo que indicam o estacionamento rotativo ainda permanecerem nos locais, o serviço não existe mais. Muitos veículos ficam parados por horas na mesma vaga, inclusive de próprios comerciantes.
Dono de uma loja do setor de vestuário na avenida 31 de Março, Herenito Macedo, após três anos aberto, está prestes a fechar seu estabelecimento. Quem passa pelo local pode observar uma faixa com o dizeres: “Queima Total! Estamos encerrando nossas atividades”. Sobre o motivo, ele é taxativo: “Não dá mais! Não tem como vender, pois não há vagas para os clientes. Não acha mais vaga em nenhum lugar aqui para estacionar. Como vamos vender? Com isso, nossos eventuais clientes acabam indo para os shoppings ou para fazer compras em Sorocaba. A Prefeitura não ajuda em nada. Pior, atrapalha, pois os guardas civis municipais só sabem multar”.
“Eu vejo o pessoal que trabalha aqui no Centro deixando os carros nas vagas que poderiam ser usadas por pessoas que ficariam com os veículos estacionados por menos tempo e consumindo, realizando seus afazeres”, prossegue.
Herenito disse ainda que ele e outros comerciantes chegaram a se reunir na Prefeitura para cobrar melhorias nesse sentido. “Tudo em vão. Escutaram por um ouvido e soltaram por outro, pois nada foi feito”, disse e completou: “Estou colocando tudo em promoção para depois me mudar e montar uma loja em Osasco, certamente lá, ao menos, teremos vagas para nossos clientes.”
Reclamação semelhante foi feita pela gerente de uma loja também do setor de vestuário localizada na avenida 31 de Março, Luciene de Oliveira. “É uma vergonha, entra governo e sai governo e nada se resolve. Ou é pouco caso ou incompetência”, disparou e completou: “Minha patroa disse que se nada for feito daqui a poucos meses irá fechar a loja, pois também há o problema da falta de segurança. Há um mês tentaram furtar nossa loja”.
Fato prejudicial
“A Prefeitura poderia estudar e colocar em prática um sistema de Zona Azul eficiente aqui na regão central. Como não conseguem? Como largar desse jeito que está? Será que não percebem que isso está prejudicando nós comerciantes e também a população em geral?” Questionamentos, em tom de desabafo, feitos por José Pereira dos Santos, dono de uma loja de roupas. “É difícil estimar o quanto isso em percentual afeta nosso faturamento, mas afeta muito, pois os clientes que chegam até nós reclamam disso. Agora e os que não chegam, ou seja, não compram por conta disso”, ressaltou.
O eletricista Ricardo Mutuokawa, 36 anos, mora em Sorocaba e estava nesta sexta-feira (4) na região central de Votorantim para realizar um trabalho numa loja. Disse que procurou por vagas e só foi encontrar “quase dois quilômetros” do local do serviço. “Fiquei mais de 20 minutos rodando tentando achar uma vaga e nada. Pois precisava pegar as ferramentas no carro por conta do peso, mas tive que caminhar assim mesmo. Lamentável, poderia ser mais organizado essa questão de vagas nessa cidade”, disse.
Fim da cobrança
O fim da cobrança da Zona Azul em Votorantim ocorreu em 11 de julho de 2022. A decisão foi tomada por meio de um decreto após a empresa V-Park, responsável pelo serviço, aumentar o valor das tarifas para R$ 3,20 sem autorização do poder executivo. Na época, a prefeita Fabíola Alves escreveu nas redes sociais que não poderia “deixar a população arcar com esse custo”, assim como também não poderia “deixar que a empresa sem diálogo aumentasse a tarifa”. A empresa teria encaminhado um ofício, no dia 8 de julho, à prefeitura informando que iria aplicar, automaticamente, o reajuste.
No dia 10 de agosto do mesmo ano a Prefeitura anunciou o fim definitivo da cobrança. O Executivo, há época, esclareceu que estava em negociação com a empresa para a rescisão e encerramento das atividades diante das dificuldades contratuais e histórico conturbado com a operação. Entretanto, desde então a situação permanece a mesma.
Por Marcelo Andrade
Vagas livres são raras no horário comercial / Luciana Lopez
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