Taxa de mortalidade infantil em Votorantim está acima da média registrada no Estado de São Paulo pelo segundo ano consecutivo
A taxa de mortalidade infantil em Votorantim está acima da
média registrada no Estado de São Paulo pelo segundo ano consecutivo. É o que
aponta levantamento realizado pela Fundação Seade – Sistema Estadual de Análise
de Dados -, vinculada à Secretaria da Fazenda e Planejamento, do Governo do
Estado. De acordo com os dados divulgados este ano, referente a 2022, as
taxas ficaram acima da maioria das cidades da região metropolitana e até mesmo
de metrópoles, como Campinas e a própria capital paulista.
A mortalidade infantil é um dos indicadores mais utilizados
para o monitoramento das condições de saúde infantil, assim como para aferir as
condições de vida da população, em especial aquelas relacionadas à saúde,
permitindo comparações regionais e com vários países. Ela representa importante
linha de pesquisa desenvolvida na Fundação Seade, que produz e divulga
periodicamente as estatísticas vitais com base nos eventos registrados nos
Cartórios de Registro Civil de todos os municípios do Estado de São Paulo.
Assim, conta-se com as informações sobre nascimentos e
óbitos infantis processadas continuamente no Seade, que permitiram traçar amplo
panorama de tendências, níveis e padrões da mortalidade infantil no Estado e em
suas regiões metropolitanas. Com isso, é possível analisar a evolução
dessas mortes no período de 1980 a 2022 e apontar as principais mudanças
ocorridas nos anos mais recentes.
Segundo o levantamento realizado pela Fundação Seade, em
2022 na cidade de Votorantim foram 1.5798 nascidos vivos e 22 óbitos infantis,
o que se traduz em uma taxa de 13,93 óbitos por mil nascidos vivos. Desse
total, 15 mortes referem-se a neonatal precoce, três neonatal tardia, além
de quatro pós-neonatal.
Essa taxa ficou acima de média estadual, que foi 11,14 e
também de importantes cidades do Estado e da Região Metropolitana de Sorocaba,
como Alumínio (10,99), Boituva(12,55), Campinas (10,37), São Paulo (10,87),
Sorocaba (10,97) e Araçoiaba da Serra, cuja taxa foi de 0,00.
A taxa de 2022 está acima do indicador aceitável pela
Organização Mundial de Saúde (OMS), que considera aceitável uma taxa de
mortalidade infantil abaixo de 10 por mil nascidos vivos.
Já em 2021, a taxa de mortalidade infantil foi ainda maior
em relação à média do Estado. Isso porque, a taxa em Votorantim naquele ano foi
de 17,75, enquanto que a média do Estado ficou em 13,23. Para efeito de
comparação, em Alumínio, a taxa foi de 13,57; Araçoiaba da Serra, 2,62;
Boituva, 12,02, Campinas, 9,11; São Paulo, 10,42 e Sorocaba, 13,23.
De acordo com a Seade, em nota, as principais causas da
mortalidade infantil englobam algumas afecções originadas no período perinatal,
malformações congênitas, doenças infecciosas e parasitárias, doenças do
aparelho respiratório e causas externas, que, em conjunto, concentraram cerca
de 91% dos óbitos em 2020, 2021 e 2022. Essas causas de morte, com exceção das
anomalias congênitas, registraram aumento em seus níveis de mortalidade. Vale
destacar que as causas perinatais representam cerca da metade dos óbitos de
menores de um ano.
Segundo o governo do Estado, os dados na média do Estado,
que apresentam uma queda, refletem a melhoria nas estratégias preventivas
de assistência na rede pública de saúde do governo estadual como investimentos
em saneamento básico, além de iniciativas rotineiras e campanha de imunização.
Já a Prefeitura de Votorantim foi questionada pela
reportagem sobre os indicadores que são superiores à média do Estado e que
estão acima do aceitável pela Organização Mundial de Saúde, como quais são as
ações e estratégias preventivas de assistência na rede pública de saúde, mas
não houve qualquer tipo de retorno.
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