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Votorantim,11/09/2024

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    Caso dos Docinhos: Ministério Público investiga suposta compra de votos pelo vereador Robson Vasco na Câmara

    Áudios atribuídos ao líder da prefeita Fabíola Alves sugerem compra de votos para cassação de Thiago Schiming

    Fonte: Marcelo Andrade
    Caso dos Docinhos: Ministério Público investiga suposta compra de votos pelo vereador Robson Vasco na Câmara Câmara de Votorantim por Caio Rios

    O Ministério Público do Estado (MP-SP) instaurou inquérito civil para investigar o líder da prefeita Fabíola Alves (PSDB) na Câmara Municipal de Votorantim, o vereador Robson Vasco, do mesmo partido, em caso que envolve a suposta compra de votos de colegas da Casa de Leis no processo de votação para o afastamento do então presidente do Legislativo, Thiago Schiming (NOVO), conhecido como o caso dos “docinhos”.
    A abertura do Inquérito Civil foi determinada pelo 1º Promotor de Justiça de Salto, Jacques Marcel Abramovitch, que está acumulando a 3ª Promotoria de Justiça de Votorantim, para a apuração dos fatos. De acordo com o Ministério Público, o caso tramita sob sigilo. Entretanto, a reportagem apurou que já houve a realização de depoimentos, entre os quais do ex-presidente da Câmara, Thiago Schiming (NOVO) e do acusado na denúncia, o tucano Robson Vasco.
    Por outro lado, no dia 19 de abril, a Mesa Diretora da Câmara, que tem à frente como presidente o vereador Cirineu Barbosa (PL), chegou a receber um pedido, por meio de documento protocolado por um munícipe, para que a Comissão de Ética e Decoro Parlamentar viesse a instaurar processo de apuração contra o vereador Robson Vasco (PSDB), por quebra de decoro, sob acusação de suposta compra de votos de colegas da Casa neste mesmo caso, mas o caso não foi para frente e ficou engavetado na Comissão de Ética e Decoro da Câmara. Quatro dias antes, no dia 16 de abril, durante entrevista ao programa Debate dos Fatos, pela TV Votorantim (TVV), o atual presidente da Câmara, Cirineu Barbosa (PL), ao comentar sobre o caso disse que “se tiver algo errado tem que investigar”.
    Nesta sexta-feira (16) a reportagem questionou o presidente da Câmara se a Mesa Diretora deu algum tipo de andamento no pedido para a apuração do fato, com a destinação à Comissão de Ética da Casa. A resposta foi a seguinte, enviada por meio da assessoria de imprensa: “A Câmara Municipal de Votorantim ainda não foi notificada sobre a abertura de inquérito e as informações sobre este assunto já foram encaminhadas para o jornal Gazeta de Votorantim em questionamento anterior.” A reportagem então questionou novamente, uma vez que a informação da assessoria de que as informações sobre este assunto foram encaminhadas para o jornal, como se refere a nota, se trata de resposta dada em junho, que na ocasião informou “A Câmara Municipal de Votorantim informa que a Comissão de Ética e Decoro é permanente e que as denúncias são apreciadas de acordo com a ordem de protocolo. Por conta disso, alguns processos foram finalizados e outros seguem em andamento”.
    Depois disso, a Gazeta de Votorantim questionou outras vezes, pedindo um detalhamento das investigações em andamento, mas não obteve sequer resposta.
    A reportagem voltou a questionar o presidente Cirineu Barbosa se estava havendo algum tipo de corporativismo, uma vez que, sequer houve a criação de uma comissão para apurar o caso ou até mesmo a divulgação de que o documento não teria sido aceito, com as suas eventuais justificativas jurídicas. Não houve retorno. Já o vereador citado nos áudios, Robson Vasco, que é alvo da investigação, não se pronunciou.
    Entenda o caso
    O caso veio à tona após a Gazeta de Votorantim tornar público dois áudios, atribuídos ao vereador Robson Vasco, nos quais supostamente são negociados votos no legislativo através de “docinhos” que seriam pagos para dois vereadores votarem favoráveis ao afastamento do então presidente da Câmara, Thiago Schiming, conforme a Gazeta de Votorantim volta a transcrevê-los, abaixo:
    Áudio 1: “Tudo alinhado aqui meu amigo, inclusive o Negão já passou por aqui, já conversamos, já trocamos uma ideia, alinhamos tudo e o negócio é doce mesmo. Travessura não. Deixamos esse negócio travessura. O negócio é pegar um docinho e degustar um docinho e vamos que vamos (risos)” (sic).

    Áudio 2: “Bom dia, meu amigo, vamo que vamo. Correto. Aí são esses dois assuntos que serão protocolados hoje, né? Então, mas e as duas crianças lá? Como é que tá as duas crianças? Já recebeu, pegou docinho já? Pegou docinho? Aí fica mais fácil, né? Porque daí eles conseguem dar uma força para a gente pegar mais dois votos, que tem que ter oito para ter o afastamento da presidência. Essa já era a ideia, né? Mas se as crianças já não querem mais travessura, né? Se as crianças já tá com docinho é outra conversa aí. Aí já fortalece o esquema. Se for protocolado, aí a gente tem que movimentar, mas tem que pegar a criançada para isso.” (sic). Os áudios estão disponíveis para ouvir também no link: https://youtu.be/edqB88oSkmc

    Após a divulgação dos áudios, o suplente de vereador e pré-candidato Fernando Fernandes protocolou uma representação no Ministério Público (MP-SP) para que o órgão instaurasse procedimento de investigação, o que não impedia a apuração do caso pela Casa de Leis, que também, de acordo com o Regimento Interno, tem o dever de apurar casos que envolvam a possível quebra de decoro de seus pares, por meio da Comissão de Ética e Decoro Parlamentar, que é presidida pelo vereador Pastor Lilo (MDB).

    Foto 2: Robson Vasco e Thiago Schiming Por Jorge Silva




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