O Jardim Bolacha (Edição: Werinton Kermes)

A rua Lacerda Franco era uma das principais vias da vila industrial de Votorantim. Ela ficava defronte ao Jardim Bolacha, que era assim chamado pelo formato das linhas ali existentes quando da sua construção justamente em cima do local dos trilhos dos bondinhos e que davam um contorno de uma bolacha da marca “maizena”, muito consumida na época pela população.
A referida rua era a moradia de funcionários da fábrica e ali abrigava também 1º Cartório Civil, a cadeia; Delegacia da Polícia, Correios, Central Telefônica, o Bar Restaurante da família Arcuri e uma Casa Paroquial. Desde a década de 20, até os anos 60, esses órgãos públicos eram muito procurados pela população. O Jardim Bolacha era o local de “footing” e passagem obrigatória de quem ia à missa, ao cinema do Beranger, aos bailes do Atlético e ao Bar do Arcuri, onde era o ponto de encontro da juventude para as paqueras.
Ali ficava também a estaçãozinha dos bondinhos, caminho dos operários para embarcar e retornar aos seus lares, nos bairros Bela Vista, Chave, Ângelo Vial, Vila Albertina e Rio Acima. As casas em frente ao Jardim Bolacha foram demolidas na década 80, morrendo um ponto importante da nossa história.
Cidade que não conhece seu passado, não tem futuro.
Curiosidade: O saudoso professor, advogado e jornalista Bertone Junior, nasceu na rua Lacerda Franco, em Votorantim.
Coluna publicada na página 14, da edição nº336 da Gazeta de Votorantim, de 28 de setembro a 04 de outubro de 2019
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